sábado, 30 de junho de 2012

"O Orvalho e a Rosa"


Em noites frias, agraciadas pelo luar,
pode-se presenciar a eternidade de um amor.
Num jardim silencioso,
uma rosa aguarda por seu amante.

Amante que vem do céu,
seduzido pelo perfume da rosa,
deixa-se cair, em gotas cristalinas,
sobre seu corpo
e escorrer lentamente por suas pétalas.

A lua, que tudo observa,
intensifica sua luz prateada
na intenção de perpetuar este amor.
No amanhecer, os raios de sol que iniciam o dia,
findam o namoro dos amantes.

A rosa, aguardará por seu amante,
que retornará em outras noites.
Mas um dia, ela, murchará,
perderá seu perfume.
Dela, somente as sementes
e o amor de seu eterno amante restarão.

O amante fiel voltará a procura de sua rosa.
Sem encontrá-la cairá ao chão,
ali padecerá em saudades,
alimentando os filhos do amor.

Neste jardim, filhas deste amor,
outras rosas nascerão.
Assim, em noites frias de luar,
pode-se presenciar a eternidade do amor
do orvalho com a rosa,
como um desejo da lua.

Kirk®

"Visão do Mar"


Ruge imerso no silêncio etéreo,
Imenso, fascinante... iracundo,
- Parte de partes deste mundo -
De incontida beleza e mistérios.

Mágica, visão que a alma apeia,
Arremedo dum lábaro cintilante
A povoar os sonhos dos amantes
De ilusões, que a mente anseia.

Incessante agita-se, cambaleia
Sob ventos vários, sibilantes,
Criando alva espuma ondulante,
Que se desfaz beijando a areia.

Embevecido, olho o imenso manto
Onde o sol faz-se em aconchego,
E eu...castos versos de chamego,
Sentido choro deste meu canto.

Aldovandro Carvalho®